21/04/04
Casa de Campo
por José Sebastião
Dedicado a Vergílio Ferreira
Olhar o silêncio da casa de campo
Na madrugada redentora
Absorver a humidade das paredes ancestrais
E o cheiro a lenha queimada pelo tempo
Os verbos são ideias a caminhar
No sentido da acção inata do Ser.
Nos campos molhados
Brotam flores amargas
Estáticas
E inquietas
O tédio usual dos dias
Senta-se na cadeira de balouço junto à porta da entrada
Os cães guardam-se de susto na casota pintada de azul-marinho
O vento assobia de tal forma que os pássaros hibernam fora de tempo
E as almas dos mortos
Escondidas dentro das árvores
Regressam ao caminho iluminado pelo reflexo das sombras.
Sentir o frio primaveril
Na pele embranquecida pelas horas
Tactear a cegueira dos homens
E a tristeza da criança de pedra
As acções são quimeras inacabadas.
E na casa de campo
A poesia descansa
Para sempre...
por José Sebastião
Dedicado a Vergílio Ferreira
Olhar o silêncio da casa de campo
Na madrugada redentora
Absorver a humidade das paredes ancestrais
E o cheiro a lenha queimada pelo tempo
Os verbos são ideias a caminhar
No sentido da acção inata do Ser.
Nos campos molhados
Brotam flores amargas
Estáticas
E inquietas
O tédio usual dos dias
Senta-se na cadeira de balouço junto à porta da entrada
Os cães guardam-se de susto na casota pintada de azul-marinho
O vento assobia de tal forma que os pássaros hibernam fora de tempo
E as almas dos mortos
Escondidas dentro das árvores
Regressam ao caminho iluminado pelo reflexo das sombras.
Sentir o frio primaveril
Na pele embranquecida pelas horas
Tactear a cegueira dos homens
E a tristeza da criança de pedra
As acções são quimeras inacabadas.
E na casa de campo
A poesia descansa
Para sempre...