<$BlogRSDUrl$>

12/04/04

Paródia Humana
por José Sebastião

A dor carece de riso.
Os transeuntes vagueiam
Em círculos cada vez mais apertados.
Se a vontade de gritar se enchesse de lágrimas
E o vento da tarde enchesse os tubos de ventilação mental
Os abraços congelados entre os homens
Transformar-se-iam em flores de laranjeira.

As janelas esquecem-se das portas
E os cães procuram abrigo nas fossas citadinas.
O espelho das florestas
Enegrece o céu
Nele se abrem as trevas fedorentas.
O cheiro a queimado invade os lugares
Empobrecidos por uma poeira mortuária.
As lágrimas de humor
Confundem-se com um riso lacrimal
Frágil mas inevitável.
Os corpos caem por terra
Com medo da chuva
Dos céus surge a morte
Envolta em panos indianos
Que ainda cheiram a incenso, a ouro e a mirra.
Quantas vezes o fim se vislumbrou!
Quantas vezes a eternidade sugou os homens para a desgraça!
É urgente construir paraísos!
Na televisão os monstros atormentam
As crianças petrificadas e loucas:
A guerra é má porque mata pessoas.
Será preciso mais tempo?

topo

Site Meter