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30/04/04

Poeta
por José Sebastião

O poeta sempre foi catalogado como um ser indeterminado, ou seja, como um ser nebuloso, permanecendo na obscuridade. Um ser capaz de amar a fealdade e sentir repugnância pela beleza. Capaz de preencher o todo com o nada e o nada com a totalidade. O poeta tira prazer da luz e das trevas, tal como deus e o diabo na sua eterna sedução. O verdadeiro poeta não tem uma personalidade, porque não é um, mas uma infinidade de hipóteses, de facetas. É uma panóplia de perspectivas dinâmicas sobre o universo e sobre o que está para além ou aquém dele. O espaço do poeta é o espaço da mutabilidade permanente e infinita. O poeta não tem nem deve ter identidade. Não tem um mundo seu, porque nada lhe pertence. O poeta é um ente impoético, desapegado e desinteressado. O poeta é a indefinição.
E foi assim que deus criou o poeta… e do poeta fez a história… e da história a arte… e da arte a mentira… e da mentira o poder do engano.

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